Conversando com Gabriella Giubilaro

Gabriella Giubilaro combina o calor, a simplicidade e o alto astral de sua pátria italiana com a precisão e o amor pelos detalhes que a conduziram ao bacharelado e mestrado em física. Desde 1977, ela ensina ioga ao estilo Iyengar em Florença, Itália, e em workshops em todo o mundo.

Yoga Journal: Como você descobriu a ioga?

Gabriella Giubilaro: Foi por acaso. Conheci um amigo que estava indo para uma aula de ioga, então me juntei a ele. Isso foi em 1973 em Florença, com Dona Holleman. Gostei desde o começo, então fiquei. Estudei com a Dona e ajudei ela por 16 anos.

YJ: Quem mais te influenciou?

GG: BKS Iyengar tem sido minha maior influência. Fui pela primeira vez à Índia em 1983 e, desde então, quase todos os anos estudo com ele e sua filha Gita. A coisa mais importante que ele me transmitiu não é apenas conhecimento; são as ferramentas de como trabalhar comigo mesmo, de como compreender a sabedoria do corpo. O corpo tem sua própria inteligência: as formas como deve se mover; a relação adequada do corpo externo com os órgãos e com a mente. A inteligência do corpo é sempre a mesma, não importa se estejamos praticando flexões para frente, flexões para trás, torções.

YJ: Você acha que há algo quintessencialmente italiano na sua abordagem ao ensino de ioga?

GG: Bem, os italianos usam muito as mãos quando falam, certo? Então, quando dou aula, eu faço isso. Às vezes parece muito engraçado para os estudantes americanos.

YJ: Você ensina muito na Europa e na América. Os alunos são diferentes em lugares diferentes?

GG: Uma diferença maior é entre os europeus do sul e do norte ou do leste. O povo italiano, quando faz ioga, nunca pode impedi-lo de falar. Eu tiro sarro deles; Eu digo que seu asana favorito é "Talkasana". E eles gostam de falar sobre comida. Às vezes, tento fazer algo sério na aula e alguém me interrompe: "Você gostaria de uma nova receita de alcachofra?" ou "Você já experimentou este bolo de maçã?" Pessoas de países orientais, como Polônia e Rússia, trabalham tanto e nunca querem parar. Eles são muito sérios.

YJ: Então você não é um típico iogue italiano?

GG: Não, não, não, pareço muito mais com um russo!

YJ: Qual é a sua prática diária?

GG: De manhã, primeiro faço meditação, depois Pranayama e depois os asanas. À tarde, faço as posturas restauradoras - equilíbrio da cabeça, equilíbrio dos ombros - para ficar quieto.

YJ: Muitos alunos podem não ver os apoios de cabeça e os apoios de ombro como restauradores, pois eles têm que trabalhar duro para fazê-los.

GG: Ah, sim, mas isso é porque quando você está apenas começando a fazer uma pose e está lutando com seus músculos, você se sente cansado e pensa que a postura não é restauradora. Mas quando você aprende a fazer a postura com menos esforço dos músculos, pode começar a sentir o efeito que o asana tem nos órgãos e na mente.

YJ: Você define metas em sua prática?

GG: Quando comecei a praticar, meu sonho era fazer o Head Balance no meio da sala. Então meu sonho era fazer Padmasana [Lotus Pose], especialmente em Head Balance. Então pensei que tinha que me tornar flexível e levei 10 anos para aprender que o caminho não era ficar flexível, mas sim forte. No momento, tenho um objetivo muito alto: ir de Equilíbrio de braço total [parada de mão] a Bakasana [postura do guindaste]. Mas eu não me importo se eu alcançar. Trabalho nisso porque me ensina a ser leve e forte ao mesmo tempo.

YJ: Você já inventou uma pose de ioga?

GG: Eu gosto de fazer posturas de ioga quando estou dirigindo minha grande scooter Vespa. Às vezes faço coisas muito engraçadas e as pessoas se viram e olham. Eu sei que é um pouco perigoso, mas precisamos nos divertir, não? Venha para Firenze um dia, vou levá-lo para um passeio!

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